A construção civil tem evoluído muito quando se trata de ferramentas tecnológicas. Há uma procura constante por novos softwares e tecnologias que tornem os projetos e as obras mais eficientes e lucrativas. Entre as principais contribuições atuais, está o BIM.

E o que é o BIM que tanto ouvimos falar atualmente?

BIM é a sigla de Building Information Modeling, que significa Modelagem de Informação da Construção. É um conjunto de informações (tecnologias, processos e políticas) geradas e mantidas durante todo o ciclo de vida de um edifício – antes, durante e depois da construção. Por ser um instrumento de gestão das informações, fluxos de trabalhos e procedimentos, consegue prever os problemas com facilidade. Além disso, essa ferramenta permite que as várias áreas de atuação, dentro da construção, possam de maneira colaborativa, projetar, construir e operar uma edificação ou instalação, melhorando a comunicação entre todos os profissionais atuantes.

De uma maneira mais simples, é um modelo virtual igual à edificação real, mas que não visa apenas a parte estética da construção. Contempla os detalhes da obra, composição de materiais de cada elemento (portas, janelas, tubulações, entre outros), permitindo simular a obra e entender seu comportamento antes do início.

Com os dados detalhados do projeto, dimensões, necessidades elétricas e hidráulicas, entre outros, constroem-se etapa por etapa do projeto. E a partir disso, o modelo BIM realiza medições, avaliações da geometria e os demais detalhes, disponibilizando todas as informações na hora de construir. Por esse motivo tem tanta eficiência e precisão quem o utiliza.

O BIM vem sendo debatido desde 2010 pela Coordenação-Geral de Infraestrutura dos Campi (Cogic). No Decreto nº 10.306, de 2 de abril de 2020, ficou estabelecido a utilização da tecnologia na execução direta ou indireta de obras e serviços de engenharia realizada por instituições públicas federais, de forma gradual. São três fases de implementação, a primeira iniciou esse ano (2021), a segunda e a terceira são nos anos de 2024 e 2028, respectivamente, sendo este último o prazo final para a plena utilização do BIM em todo o ciclo de vida do empreendimento.

Criar projetos em modelos virtuais, que sejam mais detalhados e que otimizem o planejamento da obra, permitem um maior suporte, controle e lucratividade para a construção civil. Há vários benefícios gerados por essa tecnologia, segundo o autor Sergio Leusin, dentre eles podemos citar:

  • Maior produtividade das equipes (podendo chegar de 25% a 50%), além da otimização da comunicação e integração delas;
  • Cronograma mais bem estruturado, com redução de prazos de serviços (pode chegar a 25%);
  • Redução de revisões/retrabalho, análise de riscos e falhas, e possibilidade de novas apresentações do trabalho em animações;
  • Experiências de realidade virtual para melhor entendimento do empreendimento;
  • Maior controle do orçamento, com redução de 5% nos prazos e nos custos de obra;
  • Aumento da produtividade da mão de obra no canteiro;
  • Aumento do controle e gestão da obra e melhoria da qualidade dos projetos;
  • E, a longo prazo, auxilia nas possíveis reformas e adaptações durante a vida útil da edificação.

A diferença que há entre o BIM e a maneira que projetamos até os dias de hoje, é que passamos a ter objetos e parâmetros bem definidos, com o 3D temos informações de acabamentos, dimensões e localização exata de cada estrutura. Além disso, a ferramenta pode se referir a quantidades de insumos, mão de obra utilizada, quantitativos de materiais e seus custos, apoiando o orçamento e o planejamento da obra.

A intensificação da utilização do BIM, está proporcionando diversos benefícios para as construtoras. Ter uma tecnologia que auxilie na análise de informações, oferecendo métodos e visualização digital, garante qualidade tanto no projeto quanto na construção. Além de permitir organizar melhor cada etapa da obra, visualizando com antecedência as possibilidades e o que deve ser feito primeiro, facilitando o trabalho das construtoras e engenheiros.

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